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PLURAL: os textos de Márcio Bernardes e Rony Cavalli

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O mestre das falácias
Márcio de Souza Bernardes
Advogado e professor universitário


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Quem nunca se viu diante de um interlocutor que, para tentar supostamente "ganhar" uma discussão, se utiliza de subterfúgios que, no fundo, passa longe de argumentações racionais e explicações lógicas? Tanto na retórica, que é arte da fala, da argumentação, quanto na lógica, como um campo de estudo da filosofia que se dedica às relações linguísticas e às estruturas formais dos enunciados, isso se chama falácia. Eu tenho visto isto quase todo o dia em que leio, assisto ou escuto o presidente da República manifestar-se sobre algum assunto polêmico ou de relevante interesse nacional. Explico melhor: A falácia é um argumento logicamente inconsistente, ou seja, inválido, sem fundamento ou sem capacidade de provar o que se alega. Indo direto ao ponto: é um discurso falso.

ARGUMENTOS INCONSISTENTE 

Na verdade, falácias são armadilhas da linguagem, ou, em outras palavras, recursos retóricos que visam parecer convincentes, lógicos, mas que no fundo não possuem validade lógica. Desde a campanha presidencial até os pronunciamentos e entrevista depois de assumir o cargo maior da República ao longo deste ano e oito meses, o senhor Jair Bolsonaro nos brinda quase que, diariamente, com este discurso enganoso. Por vezes, através de mentiras deslavadas, outras falas de duplo sentido, ou travestidas de meias verdades e, outras vezes ainda, através de discursos violento ou ad hominem que mudam o rumo da conversa para outros assuntos, deslocando o foco. Essa postura tem sido repetida desde sempre, o que torna o Presidente, juntamente com o colega dos EUA, o mestre das falácias, já que desfila por quase todos os tipos de falácias conhecidas.  

MAS A ÚLTIMA

A falácia espantalho, que desvirtua um argumento para tornar mais fácil seu ataque. Exemplo: alguém critica a política do Paulo Guedes e o presidente diz que a pessoa é "de esquerda" e odeia o Brasil. A falácia causa falsa, que pressupõe causa e efeito entre situações que não são necessariamente relacionadas. Exemplo: quando o presidente diz ser mentira a existência de incêndios na Amazônia porque a floresta é úmida e que, por isso, não pegaria fogo.  

A falácia ad hominem, em que se ataca certas características ou opções do interlocutor. Exemplo, sempre que o presidente discorda, ou não quer responder, chama o interlocutor de comunista, ou esquerda, ou PT. E por aí vai... Há inúmeros exemplos da utilização da falácia pelo presidente. Mas a última das falácias presidenciais para "mudar o rumo da prosa" ocorreu quando foi perguntado: "por que a sua esposa, Michele, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?" Sabem qual foi a elegante resposta presidencial?

Opiniões políticas não respeitáveis
Rony Pillar Cavalli
Advogado e professor universitário


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O "manual do politicamente correto", diz termos o dever de respeitar a opinião política de todos, porém esta obrigação só encontra sustentação nesta patrulha sob a qual vivemos e a maior parte das pessoas acaba aceitando o cabresto. Porém, existem posições políticas inaceitáveis e em relação às quais é necessário não só não as respeitar, como ser rompido este silêncio covarde que faz parecer que o errado pode ser certo, em uma democracia, desde que existam pessoas apoiando o erro.

Nos últimos tempos, foi descortinada a forma criminosa que partidos de esquerda fazem política, especialmente o PT. É de domínio público que roubam, corrompem, fazem assassinatos de reputações e até matam quem se atrever se atravessar em seus projetos tresloucados de poder.

É da então Senadora Heloísa Helena, uma das fundadoras do PT, a frase: "O PT é uma organização criminosa capaz de roubar, matar, caluniar e liquidar com qualquer um que ameace seu projeto de poder"

A fala de Heloísa Helena não pode ser taxada de descabida, especialmente hoje, após praticamente toda a cúpula do PT ter ido parar na cadeia e quem ainda não foi, responde a processos.

Acaso não estivesse hoje o Poder Judiciário completamente contaminado com ativismo judicial, certamente não apenas o PT, mas todos os partidos envolvidos nos conhecidos escândalos de corrupção e safadezas cometidas a partir da chegada do PT à Presidência da República, estariam com seus registros cassados.

SUBSERVIÊNCIA 

Não falo de pessoas humildes, as quais não detém conhecimento suficiente para fazer escolhas com base apenas no exercício de cidadania, pessoas com baixa escolaridade e que não têm capacidade intelectual de entender o jogo sujo jogado pelo PT e sim de pessoas que, intelectualmente privilegiadas, como boa parte de professores universitários que, inobstante tudo isto, ainda continuam rezando pela cartilha criminosa do Partido dos Trabalhadores.

Ter sido militante ou apoiador de qualquer partido ou político em relação aos quais não se tinha conhecimento de suas práticas criminosas, não há problema ou vergonha alguma, desde que tão logo se tenha conhecimento dos crimes, seja o apoio retirado.

Por outro lado, em nome desta ridícula subserviência ao politicamente correto, exigir que a posição política de quem votou em criminoso e mesmo após saber dos crimes continua votando e manifestando apoio, respeito a sua posição política, é inaceitável e está na hora de se ter coragem de chamar político ou partido condenado pelo que realmente é.


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